Já faz tempo que a indústria de celulose caminha no fio da navalha entre demanda crescente e pressões por custos baixos. Nesse cenário, identificar com clareza o que realmente faz diferença na performance de uma planta faz toda a diferença. Afinal, medições erradas trazem desperdício — ou, pior, deixam brechas para problemas silenciosos crescerem.
Com mais de duas décadas no universo da consultoria industrial, vejo que muitos gestores hesitam sobre as métricas que realmente valem acompanhar diariamente. Não é fácil separar ruído de sinal, ainda mais em plantas com tantos equipamentos e fluxos interligados. É por isso que a WC MAC construiu metodologias próprias, aplicadas em empresas do setor, para enxergar além do óbvio e transformar dados em decisões certeiras.
Hoje compartilho sete métricas indispensáveis — algumas já clássicas, outras por vezes subestimadas — que, juntas, dão um retrato fiel do ritmo, da qualidade e da segurança do processo de produção de celulose.
Disponibilidade operacional
Talvez seja a métrica que “grita” primeiro quando as coisas saem do controle. Mas ela vai muito além de um simples percentual no final do mês. Trata-se do tempo em que um ativo está pronto para operar, comparado ao tempo total planejado.
Se o equipamento não roda, nada avança.
Parece óbvio, mas numa planta de celulose, onde digestores, refinadores e secadores exigem sequenciamento, qualquer parada não planejada pode travar toda a linha. Conforme um artigo do Portal Celulose destaca, esse indicador deve ser monitorado não só em equipamentos críticos, mas em todas as etapas interligadas.
Rendimento de produção
Em linhas simples: é quanto de celulose pronta você produz a partir da mesma quantidade de madeira (matéria-prima). Perda aqui é prejuízo direto. O rendimento baixo pode indicar perda de matéria-prima, problemas de dosagem de químicos, controle térmico ruim ou etapas de cozimento fora do ponto.
É uma métrica que também serve de “termômetro” para eficiência energética: quanto menos ciclos de retrabalho, menor o consumo de vapor, água e energia. E nesse ponto, soluções de acompanhamento digital, dashboards e sensores fazem diferença – como temos visto nos projetos mais recentes da WC MAC com sistemas de monitoramento em tempo real.
Taxa de conformidade do produto (tcp)
Imagine ter uma produção rodando bem, número crescendo, mas boa parte das remessas não passa no controle de qualidade. A TCP aponta exatamente isso: qual a porcentagem de celulose que está realmente dentro das especificações pedidas pelo mercado.
A Quimicom enfatiza que esse indicador reflete não só o processo produtivo, mas também o alinhamento entre manutenção de máquinas, calibração de sensores, treinamento de equipe e gestão de fornecedores de insumos.
Produzir mais não basta — é preciso entregar certo de primeira.
Consumo específico de insumos
Aqui não existe “receita de bolo”. Cada planta tem perfil próprio, mas acompanhar o consumo de químicos (alcalinizantes, branqueadores, antiespumantes) por tonelada produzida é um ótimo filtro para saúde do processo.
Variações repentinas podem indicar desvios, desgaste de equipamentos, problemas logísticos, ou até necessidade de ajustes em parâmetros operacionais. Gestores atentos ligam o alarme cedo, evitando que pequenos aumentos virem custos fora de controle no fim do trimestre.
Especialistas da WC MAC observam que integrar métricas de consumo com indicadores de manutenção faz diferença: há casos em que troca de válvula, ajuste em bomba dosadora ou simples limpeza resultaram em economias significativas e melhor estabilidade na produção.
Tempo médio entre falhas (mtbf)
O Tempo Médio Entre Falhas entrega uma visão crua sobre a confiabilidade dos ativos. Um MTBF alto sugere que equipamentos estão bem cuidados e processos de manutenção — preditiva, preventiva — funcionam.
Já se o índice cai, é sinal de alerta. Talvez até mais do que o número de paradas, analiso sempre a sequência entre elas, procurando padrões, horários ou causas que possam ser prevenidos. É esse olhar “caçador de tendências” que levamos para clientes na WC MAC, porque às vezes o real problema está escondido em pequenos intervalos de falha repetitiva.
Lead time de fornecimento
Muitos tratam como detalhe, mas o Lead Time de Fornecimento revela se a engrenagem logística está realmente redonda. Se a matéria-prima (ou peças sobressalentes, químicos) demora para chegar, logo o gargalo aparece no chão de fábrica — e gera custos extras na sequência.
- Lead time menor: menos estoque parado, mais previsibilidade.
- Lead time viciado: risco de parada inesperada aumenta.
Na WC MAC, integramos esse índice ao plano diretor de manutenção — se a entrega da peça necessária para evitar falha leva semanas, ajustar os planos é uma questão de sobrevivência (e do bolso, claro).
Custos de manutenção e reparo
Tudo vira custo, do parafuso ao motor. Mas acompanhar o total gasto com ações corretivas, preventivas, compras emergenciais e horas de equipe permite entender a real eficiência da gestão de ativos.
Empresas que já fazem esse monitoramento e investem em monitoramento contínuo, sensores IoT e sistemas digitais, conseguem projetar melhor o orçamento, renegociar contratos e justificar investimentos em automação.
Descontrole no custo de manutenção é sinônimo de lucro escorrendo.
Aliás, cases recentes da WC MAC mostram que as maiores economias, muitas vezes, vêm de pequenos ajustes no processo e do uso estratégico da tecnologia — não só de trocas caras ou grandes paradas.
Conclusão
Cada uma dessas métricas é uma peça no quebra-cabeça. A planta que consegue medir e agir rapidamente nessas frentes tem menos surpresas desagradáveis — e se posiciona à frente da concorrência. Não existe fórmula única, mas há um padrão claro: quanto mais integrado, transparente e dinâmico for o controle das métricas, maior o potencial de decisões certas.
Se você busca transformar números em resultados e quer ir além do básico, a equipe da WC MAC pode mostrar na prática como plantas de celulose têm alcançado avanços sólidos usando metodologia própria, tecnologia e visão de longo prazo. Fale conosco e descubra como avançar mais rápido na sua indústria.
Frequent questions
What are the main metrics for analysis?
As principais métricas são: disponibilidade operacional, rendimento de produção, taxa de conformidade do produto (TCP), consumo específico de insumos, tempo médio entre falhas (MTBF), lead time de fornecimento e custos de manutenção e reparo. Cada uma cobre uma área crítica do processo industrial da celulose.
How to measure plant performance effectively?
O segredo está em integrar acompanhamento contínuo com revisões periódicas dos dados e agir sempre que surgem desvios. Ferramentas digitais, dashboards e relatórios permitem comparar padrões históricos, identificar tendências e agir rápido. Metodologias como a da WC MAC ajudam a não perder o foco do que importa.
Which metric impacts costs the most?
Não há uma resposta direta. Dependendo do contexto, custos de manutenção podem pesar mais, principalmente em situações de falhas frequentes. Em outros casos, um rendimento de produção ruim ou TCP baixa também afetam direto o resultado. O essencial é monitorar em conjunto, pois o impacto total costuma ser fruto de vários fatores somados.
How often should metrics be evaluated?
O ideal é que indicadores críticos sejam avaliados diariamente (disponibilidade, rendimento, TCP). Outros, como MTBF, podem ser analisados semanalmente ou mensalmente, dependendo da estabilidade operacional. Ajustar a frequência conforme a maturidade da indústria ainda é o melhor caminho.
Why are these metrics important?
Elas permitem enxergar onde estão as principais perdas, gargalos e oportunidades de melhoria, ajudando a tomar decisões baseadas em fatos, e não apenas em percepções. Uma indústria de celulose que monitora bem suas métricas consegue antecipar problemas, reduzir desperdícios e garantir maior regularidade nas entregas e na qualidade, criando vantagens competitivas reais.